quarta-feira, 12 de maio de 2010

Amor ao primeiro blog

Amor ao primeiro blog

  
Jornalista é mesmo um bicho viciado em seu ofício. Passa o dia inteiro em frente ao computador digitando, redigindo, apurando, digitando, entrevistando, lendo, digitando, navegando pela internet, atualizando-se e digitando. Ao final do dia, ele ainda dá um tempo na redação para esperar a hora do rush passar ou enfrenta o trânsito para ir pra casa mas, em qualquer uma das opções, ele se senta novamente na frente do computador e o que faz? Vai atualizar seu blog, postar seus pensamentos, desabafos e descobertas do dia, ou seja: DIGITA!
Os tais weblogs, espécie de diário virtual em que o internauta pode facilmente publicar seus textos, conquistaram o coração de vários jornalistas, principalmente daqueles que lidam com informática e internet. A verdade está nas redações: Se você procurar direitinho, existe a grande possibilidade de você encontrar pelo menos um jornalista que tenha seu blog atualizado quase que diariamente.
 Um dos mais assíduos exemplos do caso é a editora Cora Rónai, do caderno de informática do jornal O Globo. Sua paixão por fotografia se torna evidente quando ela recheia seu InternETC. Com fotos de seus amigos, de seus gatos - que, carinhosamente, chama de "família gato" - e outras coisas interessantes.
 Enquanto escrevo este artigo, Cora se encontra na MacWorld 2002 em São Francisco onde, munida de sua câmera digital, forneceu fotos exclusivas do novo iMac, acompanhadas de comentários elogiando a máquina. Isso mostra que o blog também pode ser uma excelente fonte de furos e boas opiniões, o que faz valer a pena visitar certos endereços freqüentemente.
Há quem use o seu "espaço blogal" para contar seu dia-a-dia, momentos felizes e tristes e ansiedades em geral, como a interiorana cosmopolita Elis Monteiro. Não pense, porém, que esse tipo de relato se torna chato ou piegas. A forma íntima de Elis nos deixa tão à vontade lendo seus desabafos que o leitor se sente conversando com a própria ao vivo. Também temos essa sensação quando lemos o engraçadíssimo Joanar, da jornalista Joana Ribeiro, com suas crônicas do dia-a-dia. Sim, blogs também são literatura e reflexão, com uma pitadinha dos tão badalados reality shows, que estão fazendo tanto sucesso. Quem precisa de Casa dos Artistas quando se tem blogs como esses?
 Para notícias em primeira mão sobre o que acontece lá fora, nada melhor que visitar weblogs de jornalistas que moram no exterior. Muitas vezes ele são bem mais rápidos que qualquer site noticioso, como é o caso do badalado Por um punhado de Pixels, do jornalista Nemo Nox. De mudança definitiva para os EUA, Nemo posta em seu blog (um dos mais conhecidos entre os internautas brasileiros) suas opiniões sobre filmes que vê e CDs que ouve um bom tempo antes de chegarem no Brasil, falando também de curiosidades em geral que ocorrem nas terras do Tio Sam que, mais tarde, leremos nos grandes portais brasileiros...
Quer saber das últimas novidades e curiosidades do mundo da ciência? O jornalista Aroaldo Veneu conta tudo para você diretamente em seu Tecno e Tal, antiga coluna pela qual ele era responsável na extinta revista Internet.br transformada em blog. É lá que Veneu ainda nos agracia com notícias que você não vai encontrar em nenhum veículo científico. Até este repórter que vos escreve alimenta um blog com notícias comentadas sobre o que acontece no meio da informática e da internet brasileira.
Os exemplo citados acima foram apenas alguns de muitos jornalistas que sempre tiram um tempinho para dar uma escapadela ao computador mais próximo e escrever aquela notinha rápida, aquele comentário pequeno, o que prova que essa classe não pode ver uma nova forma de divulgação de informação que já quer ir testando sua viabilidade, como bom profissional de comunicação que é.
Sendo bem explorada, essa união blog-jornalista pode resultar em excelentes frutos de que o internauta será o maior beneficiário. Como jornalista, esse blogueiro tem uma espécie de compulsão, que adquire com o ofício de divulgar a notícia no momento em que toma conhecimento. No blog, esse jornalista pode escrever a notícia do jeito que bem quiser, sem se prender a opiniões editoriais dos grande veículos ou a regras de estilos de redação. É uma coisa anárquica, que será feita do jeito que ele quiser, transmitindo a opinião dele, e não do jornal - um retorno à filosofia pregada no início da Web de que o espaço virtual é um espaço livre e democrático.

Já reparou, amigos e amigas jornalistas, em que poderosa ferramenta podemos ter em mãos?

*Leonardo Paiva é jornalista e este texto eu retirei daqui.

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